Pesquisa global com universitários revela que brasileiros são os que mais sentem efeitos da pandemia na saúde mental

Pesquisa global com universitários revela que brasileiros são os que mais sentem efeitos da pandemia na saúde mental

Pandemia que não “amansa”, número de casos – e de óbitos – que, a cada dia, só recrudesce por conta das novas cepas do coronavírus que vão surgindo.

E, neste cenário, sete a cada dez universitários brasileiros sentem os impactos do problema na saúde mental.

O dado vem de uma pesquisa – recente – realizada pela Chegg.org, organização sem fins lucrativos ligada à Chegg, empresa de tecnologia educacional norte-americana.

O estudo, chamado "Global Student Survey", ouviu – em 21 países, entre 20 de outubro e 10 de novembro – 16,8 mil estudantes de 18 a 21 anos.

E o resultado brasileiro – 76% – foi preocupante, visto que tratou-se do maior índice registrado no que tange ao impacto da pandemia na desordem da saúde mental.

Os participantes brasileiros ouvidos relataram aumento expressivo de estresse e ansiedade. Só 21% procuraram ajuda e 17% reportaram a ocorrência de pensamentos suicidas.

Em maio de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia alertado sobre a crise de saúde mental provocada pela pandemia.

"O isolamento, o medo, a incerteza, o caos econômico – todos eles causam ou podem causar sofrimento psicológico", disse, à época, Devora Kestel, diretora do departamento de saúde mental da OMS.

Pois é, mas – assim como o problema original – suas consequências também aparecem em proporções mundiais. Os dados coletados pela pesquisa apontam que não só os universitários brasileiros se sentem impactados na saúde mental pela pandemia. Outros países, como os EUA, Canadá e Argentina, também registraram altos índices: 75%, 73%, e 70%.

O que ficou bastante claro para os pesquisadores foi que – no mundo todo estudantes referiram sentir que os maiores problemas enfrentados por sua geração dizem respeito ao acesso a empregos de boa qualidade e à crescente desigualdade.

“Lidar com esses desafios é mais importante do que nunca após a devastação econômica causada pela Covid, e a educação é a chave para isso", disse Lila Thomas, diretora de impacto social da Chegg e presidente da Chegg.org.

Participaram da pesquisa Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Quênia, Malásia, México, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Espanha, Turquia, Reino Unido, EUA e Rússia.


[Fonte: G1// Educação]